domingo, 9 de fevereiro de 2014

Professor Milton Santos

 

Artigo publicado no Site Revista Fórum por Glauco Faria

http://revistaforum.com.br/blog/2011/10/o-novo-nao-se-inventa-descobre/

O novo não se inventa, descobre-se

Reconhecido internacionalmente por suas contribuições às Ciências Humanas e, entre os que conviveram com ele, por sua generosidade e humildade, Milton Santos é hoje uma referência também para o movimento negro

Por Glauco Faria

“Ele representava nas Ciências Humanas o que se pode chamar de ala combatente. O que Florestan Fernandes foi na Sociologia, ele foi na Geografia. Nos seus trabalhos, o rigor científico nunca foi obstáculo a uma consciência social desenvolvida e profundamente arraigada nos problemas do Brasil.” Foi assim que um dos grandes intelectuais brasileiros, Antonio Candido, definiu o geógrafo Milton Santos, que foi seu colega na Universidade de São Paulo (USP).

Baiano de Brotas de Macaúbas, Milton Santos cursou Direito em Salvador, embora quando jovem tivesse dado aulas na área que verdadeiramente o apaixonava, a Geografia. Na universidade, envolveu-se com a política estudantil e chegou a ser eleito vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE). Mas as letras da lei não foram suficientes para seduzi-lo e, concluída a graduação, Milton tornou-se professor de Geografia do Instituto Central de Educação Isaías Alves (Iceia) e do Colégio Central. Levou a concurso sua tese Povoamento da Bahia, e passou a ocupar a cadeira de Geografia Humana do Ginásio Municipal de Ilhéus. E foi ali que escreveu seu primeiro livro, A Zona do Cacau, que tratava da monocultura na região. A obra já alertava para os riscos que poderiam advir da adoção de tal prática.

No ano de 1956, foi convidado pelo professor Jean Tricart, uma de suas principais influências, a realizar seu doutorado em Estrasburgo, na França. Sobre o orientando, escreveu Tricart: “O humor, a alegria, e o sorriso de Milton, classificado como inimitável, conquistaram a simpatia de toda a equipe da Universidade”. Após viajar pelos continentes europeu e africano, publicou em 1960 o estudo Mariana em Preto e Branco e, depois de apresentar sua tese de doutorado, O Centro da Cidade de Salvador, regressou ao Brasil.

Mas os périplos de Milton Santos pelo mundo não pararam. Logo após o golpe militar de 1964, foi exilado e retornou à França, onde lecionou na Universidade de Toulouse por três anos. Seguiu para Bordeaux e, até voltar ao Brasil em 1977, passou por diversas universidades do mundo. Deu aulas na Venezuela, no Peru, e no Massachusetts Institute of Technology (MIT) dos Estados Unidos.

De regresso ao Brasil, boa parte da obra que o faria mundialmente conhecido já tinha sido escrita, inclusive o clássico Por uma geografia nova, com enfoque nas questões sociais e referência em geógrafos marxistas, evidenciando a necessidade de se constituir uma análise do espaço como algo essencialmente humano, promovendo um redirecionamento da Geografia. Dizia ele na introdução: “A verdade, porém, é que tudo está sujeito à lei do movimento e da renovação, inclusive as ciências. O novo não se inventa, descobre-se”.

A geógrafa Ana Clara Torres Ribeiro trabalhou com Milton Santos e confirma o grande legado deixado por ele na área das Ciências Humanas. A ideia defendida por ele era tirar a Geografia de seu isolamento e promover um diálogo com as outras disciplinas da “A Geografia deve estar atenta para analisar a realidade social total a partir de sua dinâmica territorial, sendo esta proposta um ponto de partida para a disciplina, possível a partir de um sistema de conceitos que permita compreender indissociavelmente objetos e ações”, disse.

“Por uma geografia nova”

O depoimento do geógrafo da USP Wagner Costa Ribeiro ilustra a generosidade de Milton Santos, que não se furtava a colaborar com colegas da área. “Conheci o professor Milton Santos em Paris, por ocasião de uma visita de estudos, em 1988. Naquele ano o professor também estava pesquisando na França e me recebeu em sua casa, sem nunca termos nos falado antes, a partir de um telefonema. De maneira direta, indicou colegas franceses que me receberam com muita atenção, grande parte deles ex-alunos de Milton. A partir daí, recebi seu renovado apoio em diversas ocasiões, como quando solicitei artigos para publicações da Associação dos Geógrafos Brasileiros”, conta.

A seguir, o leitor poderá conferir uma das últimas entrevistas concedidas por Milton Santos, que revela pontos importantes do pensamento do único geógrafo fora do mundo anglo-saxão a receber, em 1994, o prêmio Vautrin Lud, o equivalente ao Nobel no campo da Geografia. E que deixou uma herança que vai muito além da já grandiosa transformação promovida por ele no estudo da Geografia, que coloca a exclusão como o principal inimigo a ser vencido. A professora Maria Adélia Aparecida de Souza, que trabalhou com o geógrafo na USP, define o que significaria a concretização de sua visão de mundo. “O período popular da história, a que se referiu Milton Santos, envolve uma nova humanidade, onde se construirá a paz através da consolidação de mecanismos solidários que não serão fabricados em laboratórios. Já estamos em pleno período popular da história.” F

A técnica e o poder

Em uma de suas últimas entrevistas, Milton Santos fala sobre globalização, a violência do dinheiro e da informação, e analisa qual deveria ser o papel dos intelectuais

Era um estagiário do Serviço de Divulgação e Informação da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP) quando, junto com a colega Julienne Gananian, entrevistei Milton Santos, em setembro de 2000. Já debilitado pelo câncer, o professor recebia dois estudantes e conversava com eles como dois iguais, sem adotar uma postura arrogante, como não raro acontece entre os acadêmicos.

Docemente, não concedeu uma entrevista, mas deu uma aula. Permitindo sempre que pudéssemos intervir, esclareceu conceitos e mostrou sua visão sobre o mundo. Abaixo, alguns trechos da entrevista, que dão um pouco a dimensão da importância de seu legado.

Globalização

A história é feita pela sucessão de épocas e cada época tem sua própria marca. A marca de cada época é dada, a meu ver, por dois fatores, que são na realidade inseparáveis: um é o estado da técnica, o outro é o estado da política. A nossa época é caracterizada por uma técnica que atinge níveis altíssimos de precisão, uma técnica altamente cientificizada, pois é penetrada pela produção científica, permitindo, por isso mesmo, um alto grau de intencionalidade no seu uso. Deste modo, os atores hegemônicos atuais se apropriam dessa qualidade da técnica para aumentar seu poder.

Como a técnica se tornou planetária, algo que nunca tinha acontecido, os atores se tornaram planetários. A globalização é resultado de uma forma particular de casamento da técnica com a política. Nesse caso, a política será exercida pelos atores hegemônicos e não mais pelos Estados. A técnica hegemônica é a base de dois fenômenos também inéditos, que são a informação e o dinheiro globalizados. A informação e o dinheiro globalizados fazem com que as fronteiras tenham se tornado permeáveis, resultando na diminuição do poder interno das nações.

Na realidade, isso não é algo que se dá de forma homogênea: o país que mais globaliza, os Estados Unidos, é o menos globalizado. A Europa também não aceita a globalização totalmente. Eles impõem aos demais a globalização, querem impor a ideia de democracia, que na verdade é uma não-democracia, implantada por meio do regime neoliberal. Mas vai dizer nas ruas que não vivemos numa democracia…

O dramático de nosso tempo

Quanto mais nos informamos, mais nos tornamos desinformados. A própria casa do pensamento livre, que é a universidade, estimula cada vez menos o pensamento livre. E nós continuamos com as velhas palavras, com conteúdos que não são eficazes, razão pela qual a democracia sucumbe em toda América Latina. Essa desinformação continuada, esse poder implacável do dinheiro globalizado, são uma ofensa às pessoas, mas aparecem como se fossem suas metas. Isso é o dramático do nosso tempo.

Violência da informação

A própria violência do dinheiro não se daria sem a violência da informação. Você liga o rádio e as informações não interessam ao público em geral, apenas a determinados segmentos. As informações sobre bolsa de valores, por exemplo, interessam apenas para quem tem muito dinheiro. Nós somos levados a ficar paralisados diante do discurso do dinheiro, que é a base da ação do dinheiro globalizado.

As técnicas atuais podem ser utilizadas de forma diferente do que acontece hoje. Na realidade, na minha juventude, na época das técnicas de massa, estas só podiam ser utilizadas pelos poderosos. Como eu iria comprar uma locomotiva? Eu não podia criar uma estrada de ferro… Agora é diferente: pela primeira vez, as técnicas são “maleáveis”. Só que o mercado se apossou dessas “técnicas maleáveis” e as endureceu. A técnica se endureceu politicamente pelo uso que os poderosos fazem dela. Se amanhã os atores individuais, dotados de uma vocação de generosidade, se apossam dessas técnicas, aí muda tudo. Aliás, já está mudando. Veja a multiplicação das rádios piratas, dos pequenos jornais, das televisões comunitárias… O que não há é uma legislação feita para evitar o sufocamento desses pequenos atores. É a política corrompendo algo que dá frutos. Era impossível no tempo do Marx ou do Keynes pensar nisso, hoje é possível. Por isso digo que não sou otimista, eu sou realista. A base da vida, de certa forma, é a técnica, que em si não é desfavorável.

O papel da universidade

Não posso abrir as portas da universidade para o trabalho feito para o mercado e continuar dizendo que é pública. Posso dizer que o meu trabalho aqui é pensar, discutir o mercado, só que o que é solicitado a mim é um trabalho para o mercado. É preciso repensar o conceito de universidade pública, que era válido no século XIX e não é mais. São duas as universidades públicas no Brasil: a que vende o saber e outra que produz saber, mas grandes fatias do trabalho acadêmico não têm relação com o interesse público.

E a universidade tem muita dificuldade para fazer uma autocrítica. Várias pessoas desviam o foco da questão, dizendo que a maioria dos alunos é da classe média, que se deveria cobrar mensalidades… É uma falsa questão. Porque devo cobrar da classe média? Aqui há poucas bolsas, a maioria está nas faculdades privadas. Há um discurso não só vazio, mas vadio, que simplifica uma questão que é muito mais complexa.

Se a universidade produz o saber que serve ao mercado e não à grande maioria, estou paulatinamente fechando as portas a um debate sadio. Não estamos buscando a solução, estamos buscando remédios. Os intelectuais críticos estão sendo estrangulados. Não podemos nos contentar com o grande enunciado e esse é o desafio imposto, por exemplo, às faculdades de Filosofia e de Geografia, que têm o dever de criticar. Nós estamos aqui para criticar.

Universidade e mercado

A universidade deve ensinar a usar bem as técnicas. Não posso abrir as portas da universidade para o trabalho feito para o mercado e continuar dizendo que é pública. Posso dizer que o meu trabalho aqui é pensar, discutir o mercado, só que o que é solicitado a mim é um trabalho para o mercado. É preciso repensar o conceito de universidade pública, que era válido no século XIX e hoje não é mais. São duas as universidades públicas no Brasil: a que vende o saber e outra que produz saber.

Perspectivas

Existe um estreitamento das perspectivas para a juventude. O emprego hoje se tornou uma obsessão. Quando eu terminei a faculdade, podia escolher entre os empregos que me eram oferecidos. Isso cria um outro estado de espírito. Mesmo assim, a juventude tem um caldo de cultura fértil para as ideias novas.

Creio que o crescimento beneficia algumas camadas mais do que as outras. Há aquelas que sempre ganharam e as que sempre perderam. No Brasil, as ofertas para os pobres sempre foram mais reduzidas que em outros países. Formulam-se teorias de ciência política e de sociologia baseadas na Europa, mas lá os pobres sempre tiveram mais oportunidades. A classe média deles sempre teve preocupações políticas, enquanto a nossa tem preocupações eleitorais.

Intelectuais “prostitutos”

Os compositores de música popular resistiram à massificação da música e hoje conseguem levar suas ideias à população. Existem músicos, como o Mano Brown, que não estão nas grandes gravadoras e que conseguem vender de forma significativa. Nós do meio acadêmico é que estamos atrasados. Os pobres não têm acesso à elaboração sistêmica da técnica, mas nós temos. Nós, intelectuais, somos um pouco “prostitutos”. É mais simples nos aproximarmos dos poderosos que nos dão dinheiro para pesquisas, financiam nossas viagens. Mas as grandes ideias não precisam de muito dinheiro. Acho que já está acontecendo uma revolução, mas não estamos preparados para percebê-la. Como a universidade está burocratizada, tudo que é novo tem dificuldade para ser absorvido.  F

A condição de negro

“O fato de eu ser negro e a exclusão correspondente acabam por me conduzir à condição de permanente vigília.” Esse depoimento de Milton Santos evidencia a sua consciência em relação à questão do preconceito e da discriminação que sofrem os negros no Brasil. Não
participava de movimentos ligados à causa, uma questão de coerência com aquilo que ele dizia ser fundamental para um intelectual: a independência. “Não sou militante de coisa nenhuma. Essa ideia de intelectual, apreendida com Sartre, de uma independência total, distanciou-me de toda forma de militância”, declarou.

Descendente de escravos que foram emancipados antes da abolição da escravatura no país, Milton Santos enfrentou quando jovem diversas manifestações de racismo. Desistiu de cursar Engenharia, entre outros motivos, quando o alertaram que havia resistência aos negros na Escola Politécnica. Em outra ocasião, foi convencido por colegas a não se candidatar ao cargo de presidente da Associação dos Estudantes Secundários da Bahia. O argumento usado por eles foi de que, como negro, não teria acesso ao diálogo com as autoridades.

Mesmo assim, continuou sua trajetória no meio acadêmico e hoje, pela sua relevância como intelectual, tornou-se referência para o movimento negro. “Não porque ele militava, era um acadêmico, mas pelo debate que fazia sobre inclusão. E também por não esquecer suas origens, apesar de ter se consagrado como um dos mais importantes intelectuais do mundo”, aponta o geógrafo João Raimundo de Souza, a propósito de uma homenagem feita pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) a Milton Santos.

domingo, 22 de dezembro de 2013

Kardec–A biografia–Marcel Souto Maior

 

 

  

O autor da biografia, genial como sempre. Uma narrativa gostosa que parece que conversa com o leitor. Ele consegue isso com um tema que não é tão fácil. Biografa  um homem de grande moral. Como dizia um confrade próximo: “o bom senso encarnado” .

O texto de Souto Maior é baseado principalmente na na Revista Espirita, instrumento que Kardec utilizou durante longos anos para emitir suas opiniões e defender a doutrina dos Espíritos dos ataques sem sentido. Ele esmiúça detalhes importantes  que nos aproximam desse homem maravilhoso que devotou o resto da sua vida a uma causa do bem. Ressoa nas almas abertas à compreensão. Cura chagas da alma e estimula o crescimento moral como degrau para a evolução.

Sobre Marcel, percebo em suas entrevistas que se trata de um grande simpatizante do Espiritismo mas sabemos que ele era um agnóstico. Vinha de uma família sem religião, sem crença. Isso é o diferencial do livro. Ele foi escrito por uma pessoa isenta. Não duvido que depois de investigar a vida de Chico e de Kardec que ele não tenha se convencido da imortalidade da alma. Acho que Souto Maior teme as fraudes. Muitos são os que se dedicam a incrementar a sua autoestima fingindo-se de médiuns poderosos que influenciam multidões e aproveitam-se da fraqueza temporária das pessoas para cultivar a semente da falsa esperança e, às vezes, ganhar dinheiro com isso. Mas Marcel, precisamos saber separar o joio do trigo. Reaproveitar o joio como adubo e o trigo como alimento.

Parabéns pelo seu empenho. Seu trabalho nos dá ainda mais esperança.

Recomendo a leitura imediata.

GMB

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Mais sabedoria

 

A Lei do Caminhão de Lixo

Um dia peguei um taxi para o aeroporto.

Estávamos rodando na faixa certa, quando de repente um carro preto saiu de repente do estacionamento na nossa frente.

O taxista pisou no freio bruscamente, deslizou e escapou de bater em outro carro, foi por um triz!

O motorista do outro carro sacudiu a cabeça e começou a gritar para nós, nervosamente.

Mas o taxista apenas sorriu e acenou para o cara, fazendo um sinal de positivo. E ele o fez de maneira bastante amigavel.

Indignado lhe perguntei: Porque você fez isto? Este cara quase arruína o seu carro!

O motorista do taxi me ensinou o que eu agora chamo de   "A Lei do Caminhão de Lixo."

Ele explicou que muitas pessoas são como caminhões de lixo.

Andam por ai  carregadas de lixo, cheias de frustrações, cheias de raiva, traumas e desapontamento.

À medida que suas pilhas de lixo crescem, elas precisam de um lugar para descarregar, e às vezes descarregam sobre a gente.

Nunca tome isso como pessoal.

Isto não é problema seu! É dele!

Apenas sorria, acene, deseje-lhes sempre o bem, e vá em frente.

Não pegue o lixo de tais pessoas e nem o espalhe sobre outras pessoas no trabalho, EM CASA, ou nas ruas.

Fique tranquilo... respire E DEIXE O LIXEIRO PASSAR.

O princípio disso é:  Pessoas felizes não deixam os caminhões de lixo  estragarem o seu dia.

A vida é muito curta, não leve lixo com você!

Limpe os sentimentos ruins, aborrecimentos do trabalho, picuinhas pessoais, ódio e frustações.

Ame as pessoas que te tratam bem. E trate bem as que não o fazem.

A vida é dez por cento do que você faz dela, e noventa por cento de  como você a recebe!

A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original.
Albert Einstein

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terça-feira, 19 de novembro de 2013

Sabedoria cotidiana

 

O HOMEM QUE NÃO SE IRRITAVA

Havia um homem que não se irritava e não discutia com ninguém. Sempre encontrava saída cordial, não feria a ninguém, nem se aborrecia com as pessoas. Morava em modesta pensão, onde era admirado e querido.
Para testá-lo, um dia seus companheiros combinaram levá-lo à irritação e à discussão numa determinada noite em que o levariam a um jantar.
Trataram todos os detalhes com a garçonete que seria a responsável por atender a mesa reservada para a ocasião. Assim que iniciou o jantar, como entrada foi servida uma saborosa sopa, de que o homem gostava muito.
A garçonete chegou próximo a ele, pela esquerda, e ele, prontamente, levou seu prato para aquele lado, a fim de facilitar a tarefa.
Mas ela serviu todos os demais e, quando chegou a vez dele, foi embora para outra mesa.
Ele esperou calmamente, e em silêncio, que ela voltasse. Quando ela se aproximou outra vez, agora pela direita, para recolher o prato, ele levou outra vez seu prato na direção da jovem, que novamente se distanciou, ignorando-o.
Após servir todos os demais, passou rente a ele, acintosamente, com a sopeira fumegante, exalando saboroso aroma, como quem havia concluído a tarefa, e retornou à cozinha.
Naquele momento não se ouvia qualquer ruído. Todos observavam discretamente, para ver a reação dele.
Educadamente ele chamou a garçonete, que se voltou, fingindo impaciência, e lhe disse:

- O que o senhor deseja? Ao que ele respondeu, naturalmente: - A senhora não me serviu a sopa.
Novamente ela retrucou, para provocá-lo, desmentindo- o: - Servi, sim, senhor!
Ele olhou para ela, olhou para o prato vazio e limpo e ficou pensativo por alguns segundos...

Todos pensaram que ele iria brigar... Suspense e silêncio total.
Mas o homem surpreendeu a todos, ponderando tranquilamente:

- A senhorita serviu, sim, mas eu aceito um pouco mais!

MORAL DA HISTÓRIA

Bom seria se todas as pessoas agissem sempre com discernimento, em vez de reagir com irritação e impensadamente.
Ao protagonista da nossa singela estória, não importava quem estava com a razão, e sim evitar as discussões desgastantes e improdutivas. Quem assim age sai ganhando sempre, pois não se desgasta com emoções, que podem provocar sérios problemas de saúde ou acabar em desgraça.
Muitas brigas surgem motivadas por pouca coisa, por coisas tão sem sentido, mas que se avolumam e se inflamam com o calor da discussão, isso porque algumas pessoas têm a tola pretensão de não levar desaforo para casa, mas acabam levando para a prisão, para o hospital ou para o cemitério...
Por isso a importância de aprender a arte de não se irritar, de deixar por menos ou encontrar uma saída inteligente, como fez o homem no restaurante.

"Educar a alma é a alma da educação" (Meimei)

 

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domingo, 10 de novembro de 2013

Frédéric Lenoir no livro: Deus–sua história na epopéia humana

" Um dos principais obstáculos ao progresso da humanidade e do CONHECIMENTO não é nem a fé nem a ausência de fé, como muito tempo se pensou em séculos anteriores: é a certeza dogmática de qualquer natureza que seja. Porque ela acaba engendrando - de modo mais ou menos intenso ou explícito - a rejeição do outro, a intolerância, o fanatismo, o obscurantismo."

Frédéric Lenoir

 

Tirei a frase acima da orelha do livro em questão. Achei ela tão completa. Torço para que cada indivíduo exercite o “não ser dono da verdade”.

 

T&P

sábado, 9 de novembro de 2013

Um bucolismo que agrada a visão

 

Eu particularmente tenho uma atração por imagens bucólicas. Não sei se é porque elas realmente são bonitas oi porquê relembramos das nossas encarnações campestres. Talvez essas imagens nos remetam a aquele pensamento rousseauniano do “bom selvagem”.

Bem, aproveitem as imagens com os nomes dos artistas logo abaixo. Caso tenha interesse pesquise sobre eles e comente.

Abraços,

T&P

Knight Louis Aston 1837-1948

 

Knight Louis Aston 1837-1948

idem

Julien Dupre 1851-1910

 

idem

 

Sergei Tutunov

Winslow Homer 1836-1910

 

 

Hans Zatzka 1859-1945

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Retomada com regularidade

 

Depois de meses sem usar essa maravilhosa ferramenta, passaremos a usá-la novamente tentando enfatizar cultura e pensamentos.

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domingo, 19 de agosto de 2012

Patologias do perispírito

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Muito esclarecedora a palestra sobre a genese das patologias do perispírito.

Este site de Espiritismo deve ser explorado por quem se interessa no tema pois eles tem o cuidado de fazer tudo muito bem feito.

http://espiritismobh.net/index.php?option=com_k2&view=item&id=164:patologias-do-perisp%C3%ADrito&Itemid=1

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Caravaggio e seguidores 2

 

"Lot e le Figlie" (século 17), de Giovan Battista Caracciolo, também chamado de Battistello

 

"Incoronazione di Spine", de Leonello Spada

"Interno di Cucina (La Scimmia e il Gatto)", de Tommaso Salini

"Madonna col Bambino", de Bartolomeo Cavarozzi

Obra "São Jerônimo que Escreve" (1605), do pintor italiano Caravaggio (1571-1610)

São João Batista que Alimenta o Cordeiro”, de Caravaggio

"Retrato do Cardial (Benedetto Giustiniani)" (1600), de Caravaggio

"São Januário Degolado ou Santo Agapito" (1610) é atribuído a Caravaggio

Cópia do quadro “São Francisco em Meditação", de autoria desconhecida, mas que pode ter sido feita pelo próprio Caravaggio

 

"Maria Madalena" (século 17), de Orazio Gentileschi

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Valor que o brasileiro dá aos carros

consumo

Artigo retirado do Site da Revista Carta Capital

13.08.2012 12:00

Articulista da Forbes ironiza o status que o brasileiro dá para o automóvel

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“Quando o assunto é carro e seu status no Brasil, as camadas mais altas estão servindo Pitu e 51 em suas caipirinhas e pensando que é bebida de alta qualidade”, diz o articulista americano, sobre o preço do Jeep Grand Cherokee (foto) no País. Foto: divulgação

Até a americana revista Forbes anda rindo da obsessão do brasileiro em encarar o automóvel como símbolo de status. No último sábado, o blog do colaborador Kenneth Rapoza, especialista nos chamados Bric´s (Brasil, Rússia, Índia e China), trouxe um artigo intitulado “O Jeep Grand Cherokee de ridículos 80 mil dólares do Brasil” (leia a versão originalaqui). A tese do artigo: os brasileiros confundem qualidade com preço alto e se dispõem a pagar 189 mil reais (89.500 dólares) por um carro desses que, nos Estados Unidos, é só mais um carro comum. Por esse preço, ironiza Rapoza, “seria possível comprar três Grand Cherokees se [esses brasileiros] vivessem em Miami junto de seus amigos.”

O articulista da lembra que a Chrysler lançará o Dodge Durango SUV, que nos Estados Unidos custa 54 mil reais, no Salão do Automóvel de São Paulo por 190 mil reais. “Um professor de escola primária do Bronx pode comprar um Durango. Ok, não um zero quilômetro, mas um de dois ou três anos, absolutamente”, exemplifica, para mostrar que o carro supostamente não vale o quanto custa no País.

O autor salienta que o alto custo ocorre por conta da taxação de 50% em produtos importados e a ingenuidade do consumidor que acredita que um Cherokee tem o mesmo valor que um BMW X5 só porque tem o mesmo preço. “Desculpem, ‘Brazukas’, mas não há nenhum status em um Toyota Corolla, Honda Civic, Jeep Grand ou Dodge Durango. Não sejam enganados pelo preço de etiqueta. Vocês definitavamente estão sendo roubados.”

E conclui o artigo: “Pensando dessa maneira, imagine que um amigo americano contasse que acabou de comprar um par de Havaianas de 150 dólares. Você diria que ele pagou demais. É claro que esses chinelos são sexy e chic, mas não valem 150 dólares. Quando o assunto é carro e seu status no Brasil, as camadas mais altas estão servindo Pitu e 51 em suas caipirinhas e pensando que é bebida de alta qualidade.”

sábado, 4 de agosto de 2012

Café Filosófico com Luc Ferry

As transformações do mundo contemporâneo – Luc Ferry e Jorge Forbes (traduzido) from cpfl cultura on Vimeo.

Café Filosófico CPFL Especial Fronteiras do Pensamento 2011 – Luc Ferry – filósofo francês que se tornou best-seller por expor suas idéias de forma leve e bem-humorada, e como ministro da Educação causou polêmica ao banir o uso de véu pelas estudantes muçulmanas nas escolas públicas –, é o convidado do Café Filosófico CPFL Especial Fronteiras do Pensamento no dia 29 de setembro, às 19h, na CPFL Cultura. A entrada é franca.



A conferência de Ferry sobre As transformações do mundo contemporâneo terá tradução simultânea e transmissão online pelowww.cpflcultura.com.br/aovivo. A mediação será do psiquiatra e psicanalista Jorge Forbes. Notável defensor do humanismo secular, filosofia baseada na razão, na ética e na justiça, Ferry é professor de Filosofia nas universidades francesas de Lyon II, de Caen, e de Paris VII, e também um dos fundadores do Collège de Philosophie.

Reconhecido por sua didática em ensinar filosofia, suas obras combinam formação acadêmica sólida com um texto acessível. O best-seller Aprender a viver, lançado em 2006, vendeu 700 mil exemplares, 40 mil deles no Brasil. Como ministro da Educação da França, de 2002 a 2004, foi o mentor da polêmica lei que baniu o uso de véu pelas estudantes muçulmanas nas escolas públicas francesas.

Jorge Forbes



A mediação da conferência de Ferry será feita pelo psicanalista e médico psiquiatra Jorge Forbes, um dos principais introdutores do pensamento de Jacques Lacan no Brasil, de quem frequentou os seminários em Paris, de 1976 a 1981. Forbes teve participação fundamental na criação da Escola Brasileira de Psicanálise, da qual foi o primeiro diretor-geral. Preside o IPLA – Instituto da Psicanálise Lacaniana e o Projeto Análise (www.projetoanalise.com.br) e dirige a Clínica de Psicanálise do Centro do Genoma Humano – USP. Tem vários artigos publicados no Brasil e no exterior. É autor, dentre outros livros, de Você Quer o Que Deseja?, e co-autor de A Invenção do Futuro, em que pensa soluções para viver nessa nova era de quebra dos ideais.

Gravada no dia 29 de setembro de 2011.

O Futuro de Deus

Bérgson, filosofo francês, “o homem é, a cada passo de seu percurso na terra, confrontado com a finitude. E por meio dela, com o tempo e a angustia, leva-o a buscar modos de escapar de seu destino com a fabulação”

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

A Mitologia dos Orixás

Para que você conheça a a cultura do povo que estamos imersos.

Quando você passa a conhecer começa a perder o preconceito já que este é filho da ignorância.

Aprenda e curta.

Abraços

domingo, 29 de julho de 2012

Discípulos de Caravaggio

"Madalena Desmaiada", da artista Artemisia Gentileschi

Medusa Murtola , do próprio Caravaggio

Medusa Murtola

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

"San Girolamo", do século 17, de Hendrick van Somer

"San Giacomo Maggiore", de Jusepe de Ribera

"Sacrificio di Isacco", de Orazio Riminaldi

"Sacra Famiglia con San Giovannino", de Valentin de Boulogne

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